Quando um servidor público municipal relata que está sofrendo de esgotamento, isso não deve ser tratado levianamente. Independentemente das demandas e obrigações em sua agenda, é crucial reservar um tempo exclusivamente dedicado para ter uma conversa individual e detalhada sobre a experiência deste servidor. Esta atitude representa não apenas o respeito pelo profissional, mas também uma gestão pública humanizada e atenta ao bem-estar dos seus colaboradores.

Durante essa conversa, é de suma importância permitir que o servidor expressa integralmente seus sentimentos e pensamentos, sem interrupções ou julgamentos precipitados. Suas palavras devem ser ouvidas e absorvidas. Sendo assim, faça uma pausa de cerca de sete segundos, que equivalem a duas respirações profundas, antes de formular sua resposta. Evite tirar conclusões imediatas sobre seus sentimentos ou possíveis causas do esgotamento. A premissa é praticar a escuta ativa, reforçando o que você ouviu e buscando a confirmação de que entendeu corretamente.

Após compreender e validar a experiência relatada pelo servidor, o próximo passo é explorar mais profundamente o que está motivando essa situação. Questões simples e diretas podem ser muito úteis nesse sentido, como: “Quais são os seus maiores estressores no trabalho?” ou “Você poderia me dar exemplos de momentos em que se sentiu mais estressado ou esgotado recentemente?” Essas perguntas podem oferecer uma visão mais clara das causas raízes do esgotamento.

Uma vez identificados os principais problemas, é hora de perguntar ao servidor como você, enquanto gestor, pode ajudá-lo no curto e longo prazo. Lembre-se de que cada indivíduo é único e pode necessitar de diferentes formas de apoio. Dedique um tempo para considerar cuidadosamente as necessidades expressas e elaborar um plano estratégico de ação que vise apoiar e monitorar o servidor, prevenindo futuros episódios de esgotamento. Este plano deve ser viável, realista e sustentável, considerando as particularidades da administração pública municipal.

Ainda, é necessário considerar que as ações para aliviar o esgotamento do servidor não se limitam a medidas imediatas. Como gestor, é fundamental buscar maneiras de criar um ambiente de trabalho mais saudável e acolhedor a longo prazo, promovendo o bem-estar dos servidores e, consequentemente, aprimorando a qualidade dos serviços públicos municipais oferecidos à população.