O Regimento Interno é um dos documentos mais importantes para o funcionamento eficiente e organizado de uma Câmara de Vereadores. No entanto, o processo de revisão desse documento pode apresentar diversos desafios que, se não forem devidamente abordados, podem comprometer a qualidade do trabalho legislativo. Neste artigo, exploraremos algumas das dificuldades mais comuns enfrentadas pelas Câmaras durante a revisão do Regimento Interno e ofereceremos soluções práticas para superá-las.

1. Falta de Conhecimento Técnico

Um dos principais obstáculos na revisão do Regimento Interno é a falta de conhecimento técnico por parte dos vereadores e funcionários da Câmara. Muitas vezes, esses profissionais não possuem formação jurídica ou experiência na elaboração de documentos legislativos, o que pode resultar em um Regimento Interno incompleto, inconsistente ou até mesmo inconstitucional.

Para superar esse desafio, é fundamental buscar assessoria especializada. Uma equipe de profissionais com conhecimento aprofundado em direito constitucional, administrativo e legislativo pode auxiliar na elaboração de um Regimento Interno sólido e bem fundamentado. Esses especialistas podem esclarecer dúvidas, sugerir melhorias e garantir que o documento esteja em conformidade com as leis e princípios que regem a administração pública.

Além disso, é importante investir na capacitação dos vereadores e funcionários da Câmara. Promover workshops, seminários e treinamentos sobre técnica legislativa, processo legislativo e outros temas relevantes pode contribuir para o aprimoramento do conhecimento técnico da equipe, facilitando assim o processo de revisão do Regimento Interno.

2. Divergências Políticas

Outro desafio comum durante a revisão do Regimento Interno são as divergências políticas entre os vereadores. Como a Câmara é composta por representantes de diferentes partidos e ideologias, é natural que haja discordâncias sobre diversos aspectos do funcionamento do Legislativo. Essas diferenças podem dificultar o consenso em torno das mudanças necessárias no Regimento Interno, prolongando o processo de revisão e, em alguns casos, resultando em um documento final que não atende plenamente aos interesses da população.

Para lidar com essa questão, é essencial promover o diálogo e a negociação entre os vereadores. A criação de uma comissão especial para a revisão do Regimento Interno, composta por representantes de diferentes partidos, pode ser uma estratégia eficaz para estabelecer um espaço de discussão e busca de consenso. Nessa comissão, os vereadores podem apresentar suas propostas, debater os pontos divergentes e trabalhar em conjunto para encontrar soluções que atendam aos interesses da maioria.

Outra abordagem é a realização de audiências públicas e consultas à população durante o processo de revisão. Ao ouvir as demandas e sugestões dos cidadãos, os vereadores podem ter uma visão mais ampla das necessidades da comunidade e, assim, orientar as discussões em torno do Regimento Interno de forma mais produtiva e democrática.

3. Resistência à Mudança

Um terceiro desafio frequentemente encontrado durante a revisão do Regimento Interno é a resistência à mudança por parte de alguns vereadores e funcionários da Câmara. Muitas vezes, esses profissionais estão acostumados com determinadas práticas e procedimentos, mesmo que estes não sejam os mais eficientes ou adequados. Essa resistência pode ser motivada pelo receio de perder privilégios, pela falta de compreensão sobre a importância das mudanças propostas ou simplesmente pela dificuldade em se adaptar a novas rotinas.

Para superar a resistência à mudança, é fundamental investir em comunicação e transparência durante todo o processo de revisão do Regimento Interno. Os vereadores e funcionários devem ser informados, de forma clara e objetiva, sobre as razões que motivam as alterações propostas, bem como os benefícios que estas podem trazer para o funcionamento da Câmara e para a qualidade do trabalho legislativo.

Além disso, é importante envolver esses profissionais no processo de revisão, solicitando suas opiniões, sugestões e críticas. Ao se sentirem parte do processo, é mais provável que eles se comprometam com as mudanças e se esforcem para adaptarem-se às novas regras e procedimentos.

Outra estratégia é a implementação gradual das mudanças, dando tempo para que os vereadores e funcionários se acostumem com as novas práticas. Essa abordagem pode reduzir a ansiedade e a resistência, permitindo uma transição mais suave para o novo Regimento Interno.

4. Inadequação às Necessidades da Câmara

Outro desafio comum é a elaboração de um Regimento Interno que não atende adequadamente às necessidades específicas da Câmara. Cada município possui características próprias, como o tamanho da população, a complexidade dos problemas enfrentados e a dinâmica política local. Se o Regimento Interno não levar em consideração essas particularidades, ele pode se tornar um obstáculo para o bom funcionamento do Legislativo, em vez de um instrumento de organização e eficiência.

Para evitar esse problema, é fundamental realizar um diagnóstico aprofundado da realidade da Câmara antes de iniciar a revisão do Regimento Interno. Esse diagnóstico deve incluir a análise de dados sobre a produção legislativa, o funcionamento das comissões, a participação popular, entre outros aspectos relevantes. Com base nessas informações, será possível identificar os pontos fortes e fracos do atual Regimento Interno e, assim, propor mudanças que atendam às reais necessidades da Câmara.

Além disso, é recomendável que a revisão do Regimento Interno conte com a participação de diferentes atores, como vereadores, funcionários, representantes da sociedade civil e especialistas em direito legislativo. Essa pluralidade de visões pode contribuir para a elaboração de um documento mais abrangente e adequado à realidade do município.

5. Falta de Transparência e Participação Popular

Por fim, um desafio frequente na revisão do Regimento Interno é a falta de transparência e participação popular. Muitas vezes, o processo de revisão ocorre de forma fechada, sem o envolvimento da sociedade civil e sem a devida divulgação das mudanças propostas. Essa falta de transparência pode gerar desconfiança por parte da população e comprometer a legitimidade do novo Regimento Interno.

Para superar esse desafio, é essencial que a Câmara estabeleça canais de comunicação e participação durante todo o processo de revisão. A realização de audiências públicas, consultas online e outras formas de interação com a população pode contribuir para a coleta de sugestões e críticas, além de promover um maior engajamento dos cidadãos nas questões relacionadas ao Legislativo.

Além disso, é fundamental que todas as etapas do processo de revisão sejam amplamente divulgadas, incluindo o cronograma de trabalho, as propostas em discussão e as decisões tomadas. Essa transparência não apenas fortalece a confiança da população na Câmara, como também permite um maior controle social sobre a atuação dos vereadores.

6. A Importância do Benchmarking na Revisão do Regimento Interno

O benchmarking é uma ferramenta valiosa no processo de revisão do Regimento Interno, pois permite que a Câmara de Vereadores identifique e aprenda com as melhores práticas adotadas por outras Casas Legislativas. Ao analisar os Regimentos Internos de Câmaras que se destacam pela eficiência, transparência e participação popular, os vereadores podem encontrar inspiração e soluções para os desafios enfrentados em seu próprio município.

Para realizar um benchmarking efetivo, é importante seguir algumas etapas. Primeiro, é necessário identificar as Câmaras de Vereadores que possam servir como referência, levando em consideração características similares ao município em questão, como o número de habitantes, a complexidade dos problemas enfrentados e o contexto político local.

Em seguida, deve-se analisar detalhadamente os Regimentos Internos dessas Câmaras, buscando identificar os dispositivos e práticas que contribuem para o seu bom funcionamento. É importante avaliar não apenas o conteúdo do documento, mas também a forma como ele é aplicado no dia a dia do Legislativo.

Após a identificação das melhores práticas, é fundamental adaptá-las à realidade do município. Nem sempre uma solução que funciona bem em uma Câmara pode ser aplicada diretamente em outra, devido às diferenças existentes entre os contextos locais. Por isso, é necessário um trabalho de reflexão e adequação, buscando extrair os princípios e diretrizes que possam ser incorporados ao novo Regimento Interno, sempre respeitando as especificidades da Câmara em questão.

Ao adotar o benchmarking como uma ferramenta de apoio à revisão do Regimento Interno, a Câmara de Vereadores pode se beneficiar da experiência acumulada por outras Casas Legislativas, evitando a repetição de erros e acelerando o processo de aprimoramento de suas práticas. Além disso, o benchmarking pode contribuir para a inovação e a modernização do Legislativo, trazendo novas ideias e soluções para os desafios enfrentados pelos vereadores e pela sociedade.

7. O Papel das Comissões na Elaboração do Regimento Interno

As comissões desempenham um papel fundamental no processo legislativo, sendo responsáveis pela análise aprofundada das proposições, pela realização de estudos e pela elaboração de pareceres que subsidiam a tomada de decisões pelo plenário. No processo de revisão do Regimento Interno, a participação das comissões é ainda mais importante, uma vez que elas podem contribuir com conhecimentos especializados e perspectivas diversas sobre o funcionamento da Câmara.

Existem diferentes tipos de comissões que podem ser envolvidas na revisão do Regimento Interno, como as comissões permanentes, que tratam de temas específicos (por exemplo, educação, saúde, meio ambiente), e as comissões temporárias, criadas para fins específicos, como a própria revisão do documento em questão.

Para que as comissões possam contribuir efetivamente para a elaboração de um Regimento Interno de qualidade, é fundamental que haja uma integração e um trabalho colaborativo entre elas. Uma estratégia interessante é a criação de uma comissão especial para coordenar o processo de revisão, composta por representantes das diversas comissões permanentes. Essa comissão especial pode ser responsável por estabelecer um cronograma de trabalho, definir as diretrizes gerais para a revisão e promover a articulação entre as diferentes comissões temáticas.

Além disso, é importante que as comissões realizem audiências públicas e consultas à sociedade civil organizada durante o processo de revisão do Regimento Interno. Dessa forma, elas podem colher sugestões e críticas da população, incorporando-as ao documento final e aumentando a legitimidade do processo.

Outra estratégia relevante é a capacitação dos membros das comissões em temas relacionados ao processo legislativo e à técnica legislativa. Isso pode ser feito por meio de parcerias com instituições de ensino e pesquisa, bem como pela contratação de especialistas em direito legislativo para ministrar treinamentos e workshops.

Ao valorizar o papel das comissões na revisão do Regimento Interno, a Câmara de Vereadores fortalece o princípio da especialização e da divisão do trabalho legislativo, tornando o processo mais eficiente e qualificado. Além disso, a participação ativa das comissões pode contribuir para a construção de consensos e para a redução das divergências políticas, uma vez que os vereadores terão a oportunidade de debater e negociar os pontos mais polêmicos do Regimento Interno em um ambiente mais propício ao diálogo e à busca de soluções compartilhadas.

8. Regimento Interno e Tecnologia: Desafios e Oportunidades

A evolução tecnológica tem impactado significativamente o funcionamento das Câmaras de Vereadores, trazendo novos desafios e oportunidades para a revisão do Regimento Interno. As novas tecnologias podem contribuir para a modernização do Legislativo, aumentando a eficiência, a transparência e a participação popular. No entanto, também é necessário estar atento aos riscos e desafios associados à sua utilização.

Um dos aspectos que deve ser considerado na revisão do Regimento Interno é a inclusão de dispositivos relacionados à transparência e ao governo eletrônico. É importante que o documento estabeleça diretrizes claras para a divulgação de informações na internet, como a publicação de atas, pareceres, votações e outros documentos relevantes. Além disso, o Regimento Interno pode prever a realização de sessões e audiências públicas transmitidas ao vivo pela internet, ampliando o acesso da população aos trabalhos da Câmara.

Outra oportunidade trazida pelas novas tecnologias é a possibilidade de utilização de ferramentas digitais para aprimorar a participação popular e a interação entre os vereadores e a sociedade. O Regimento Interno pode estabelecer a criação de canais de comunicação online, como ouvidorias virtuais, fóruns de discussão e plataformas de consulta pública, permitindo que os cidadãos enviem sugestões, críticas e demandas aos seus representantes.

No entanto, é fundamental que a revisão do Regimento Interno também leve em consideração os desafios associados à utilização das novas tecnologias. Um deles é a necessidade de garantir a segurança e a confiabilidade dos sistemas e dados utilizados pela Câmara. O Regimento Interno deve prever a adoção de medidas de segurança cibernética, como a utilização de criptografia, backup regular e a capacitação dos funcionários para prevenir e lidar com possíveis ataques virtuais.

Outro desafio é a inclusão digital, uma vez que nem todos os cidadãos possuem acesso à internet ou habilidades para utilizar as ferramentas digitais. Nesse sentido, é importante que o Regimento Interno preveja a manutenção de canais de participação presenciais, como a realização de audiências públicas e o atendimento ao público nos gabinetes dos vereadores, garantindo assim que todos os cidadãos possam exercer seus direitos de participação e controle social.

Por fim, a revisão do Regimento Interno deve estar atenta às constantes inovações tecnológicas, prevendo mecanismos de atualização e adaptação do documento às novas realidades. Isso pode ser feito por meio da previsão de revisões periódicas do Regimento, com a participação de especialistas em tecnologia e representantes da sociedade civil.

Ao incorporar as novas tecnologias de forma consciente e planejada ao Regimento Interno, a Câmara de Vereadores pode se tornar mais eficiente, transparente e próxima da população, fortalecendo assim a democracia local e a qualidade do trabalho legislativo.

9. Capacitação Continuada: Chave para o Sucesso na Aplicação do Regimento Interno

De nada adianta ter um Regimento Interno bem elaborado e atualizado se os vereadores e funcionários da Câmara não estiverem capacitados para aplicá-lo corretamente em suas atividades diárias. Por isso, a capacitação continuada é uma peça-chave para o sucesso na implementação do Regimento Interno e para o aprimoramento constante do trabalho legislativo.

A capacitação dos vereadores e funcionários deve abranger uma série de temas relacionados ao processo legislativo e à gestão pública. Alguns dos assuntos prioritários são:

  • Processo legislativo: etapas de tramitação das proposições, prazos, competências das comissões, elaboração de pareceres, entre outros.
  • Técnica legislativa: regras para a elaboração e redação de projetos de lei, emendas, requerimentos e outros documentos legislativos.
  • Orçamento público: princípios orçamentários, ciclo orçamentário, elaboração e execução do orçamento, fiscalização e controle.
  • Controle externo e interno: papel dos Tribunais de Contas, da controladoria interna e das comissões de fiscalização e controle.
  • Ética e decoro parlamentar: princípios éticos, deveres dos vereadores, condutas vedadas, processo disciplinar.
  • Participação popular: mecanismos de participação previstos no Regimento Interno, como audiências públicas, tribuna popular, iniciativa popular de leis, entre outros.

Para promover uma cultura de aprendizado contínuo na Câmara, é importante estabelecer um plano de capacitação que contemple ações de curto, médio e longo prazo. Algumas estratégias que podem ser adotadas são:

  • Realização de cursos e treinamentos regulares, presenciais ou à distância, em parceria com instituições de ensino e órgãos públicos especializados.
  • Promoção de seminários e workshops com especialistas em temas relevantes para o Legislativo.
  • Incentivo à participação dos vereadores e funcionários em eventos externos, como congressos e conferências, para a troca de experiências e atualização de conhecimentos.
  • Criação de uma biblioteca ou centro de documentação na Câmara, com livros, artigos e materiais de referência sobre o processo legislativo e temas afins.
  • Estabelecimento de parcerias com universidades e centros de pesquisa para o desenvolvimento de estudos e projetos relacionados ao aprimoramento do Legislativo.

Ao investir na capacitação continuada, a Câmara de Vereadores estará mais preparada para enfrentar os desafios da implementação do Regimento Interno e para oferecer um trabalho legislativo de maior qualidade à população. Além disso, a capacitação pode contribuir para a valorização e motivação dos servidores públicos, aumentando seu comprometimento com a instituição e com o aprimoramento constante de suas atividades.

10. Regimento Interno e Ética Parlamentar: Fortalecendo a Integridade do Legislativo

A revisão do Regimento Interno é uma oportunidade para fortalecer os mecanismos de promoção da ética e do decoro parlamentar na Câmara de Vereadores. A inclusão de dispositivos relacionados a esse tema é fundamental para garantir a integridade do Legislativo e aumentar a confiança da população em seus representantes.

Um dos pontos que deve ser abordado no Regimento Interno é a definição clara dos deveres e condutas esperadas dos vereadores no exercício de suas funções. Isso inclui o respeito às leis, à Constituição, ao próprio Regimento Interno, bem como o compromisso com a probidade, a impessoalidade e a moralidade administrativa. O documento também deve estabelecer as condutas vedadas aos parlamentares, como o uso do cargo para obter vantagens pessoais, a participação em atividades incompatíveis com o mandato e a prática de atos que atentem contra a dignidade da Câmara.

Além disso, o Regimento Interno deve prever a criação e o funcionamento de uma Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, responsável por zelar pela observância dos preceitos éticos e pela aplicação de penalidades em casos de infrações. Essa comissão deve ser composta por vereadores de diferentes partidos, garantindo assim a pluralidade e a imparcialidade em suas deliberações.

É importante que o Regimento Interno estabeleça um processo claro e objetivo para a apuração de denúncias e a aplicação de sanções em casos de violação das normas éticas. Esse processo deve assegurar o direito à ampla defesa e ao contraditório, bem como a transparência e a publicidade dos atos da Comissão de Ética.

Outra medida relevante é a previsão de um código de ética e conduta para os vereadores e servidores da Câmara, detalhando os princípios, deveres e vedações aplicáveis a suas atividades. Esse código pode ser um documento à parte, complementar ao Regimento Interno, ou estar integrado a ele.

Além das normas previstas no Regimento Interno, é fundamental que a Câmara de Vereadores promova ações de conscientização e capacitação em ética e integridade para seus membros e servidores. Isso pode incluir a realização de palestras, workshops e discussões sobre temas como conflito de interesses, nepotismo, uso de recursos públicos, entre outros.

A promoção da transparência e do controle social também é uma ferramenta poderosa para fortalecer a ética no Legislativo. O Regimento Interno deve prever a divulgação ampla e acessível das atividades da Câmara, incluindo a publicação de agendas, votações, atas, pareceres e outros documentos relevantes. Além disso, a participação da sociedade civil, por meio de audiências públicas, consultas e outros mecanismos de interação, pode contribuir para a fiscalização e o controle das ações dos vereadores.

Ao fortalecer os dispositivos relacionados à ética e ao decoro parlamentar no Regimento Interno, a Câmara de Vereadores demonstra seu compromisso com a integridade e a moralidade pública, aumentando a confiança da população em suas atividades e decisões. Isso é fundamental para o aprimoramento da democracia local e para a construção de um Legislativo mais transparente, responsável e comprometido com o interesse público.

11. Avaliação e Monitoramento: Garantindo a Efetividade do Regimento Interno

Não basta apenas revisar e aprovar um novo Regimento Interno. Para garantir que o documento seja efetivamente aplicado e produza os resultados esperados, é fundamental estabelecer mecanismos de avaliação e monitoramento contínuos. Esse acompanhamento permite identificar eventuais falhas, lacunas ou dificuldades na implementação do Regimento, possibilitando a adoção de medidas corretivas e a realização de ajustes e atualizações periódicas.

Uma das formas de avaliar a efetividade do Regimento Interno é por meio da definição de indicadores de desempenho. Esses indicadores devem ser mensuráveis, relevantes e alinhados com os objetivos e princípios estabelecidos no documento. Alguns exemplos de indicadores que podem ser utilizados são:

  • Número de projetos de lei apresentados e aprovados
  • Tempo médio de tramitação das proposições
  • Percentual de reuniões das comissões realizadas
  • Número de audiências públicas e consultas realizadas
  • Índice de presença dos vereadores nas sessões plenárias e reuniões das comissões
  • Número de denúncias recebidas e processos disciplinares instaurados pela Comissão de Ética
  • Percentual de cumprimento das metas e prazos estabelecidos no planejamento estratégico da Câmara

A partir desses indicadores, é possível estabelecer metas e acompanhar a evolução do desempenho da Câmara ao longo do tempo. Essa análise permite identificar os pontos fortes e fracos do Regimento Interno, bem como as áreas que necessitam de maior atenção e investimento.

Além disso, é importante que a Câmara realize avaliações periódicas do Regimento Interno, envolvendo os vereadores, servidores e representantes da sociedade civil. Essas avaliações podem ser feitas por meio de pesquisas de opinião, entrevistas, grupos focais ou outras metodologias participativas. O objetivo é colher percepções, sugestões e críticas sobre a aplicação do Regimento, identificando os aspectos que podem ser aprimorados.

Com base nos resultados das avaliações e no monitoramento dos indicadores, a Câmara pode promover ajustes e atualizações periódicas no Regimento Interno. Essas alterações devem ser discutidas e aprovadas pelo plenário, seguindo os procedimentos previstos no próprio documento. É importante que as mudanças sejam embasadas em evidências e na participação dos diversos atores envolvidos, garantindo assim a legitimidade e a efetividade do Regimento.

Outra estratégia relevante é a capacitação contínua dos vereadores e servidores sobre o conteúdo e a aplicação do Regimento Interno. Essa capacitação pode incluir treinamentos, workshops e discussões periódicas sobre os dispositivos do documento, bem como sobre as melhores práticas e os desafios enfrentados na sua implementação. Dessa forma, é possível garantir que todos os envolvidos estejam alinhados e comprometidos com o cumprimento das normas estabelecidas.

Por fim, a transparência e a publicidade das ações de avaliação e monitoramento do Regimento Interno são fundamentais para o controle social e o aprimoramento contínuo do Legislativo. A Câmara deve divulgar periodicamente os resultados das avaliações, os indicadores de desempenho e as medidas adotadas para aperfeiçoar a aplicação do Regimento. Essa prestação de contas fortalece a confiança da população na instituição e incentiva a participação cidadã nos assuntos de interesse público.

Ao estabelecer mecanismos sólidos de avaliação e monitoramento, a Câmara de Vereadores demonstra seu compromisso com a melhoria contínua e a efetividade do seu funcionamento. Isso contribui para o aprimoramento da qualidade do trabalho legislativo, a promoção da transparência e a resposta às demandas e expectativas da sociedade.

Considerações Finais

A revisão do Regimento Interno é um processo complexo e desafiador, que exige o envolvimento e o comprometimento de todos os atores do Legislativo municipal. Ao enfrentar e superar os desafios comuns apresentados neste artigo, como a falta de conhecimento técnico, as divergências políticas, a resistência à mudança, a inadequação às necessidades da Câmara e a falta de transparência e participação popular, é possível construir um documento mais sólido, legítimo e efetivo.

Além disso, a incorporação de práticas como o benchmarking, a valorização do papel das comissões, a utilização consciente das novas tecnologias, a capacitação continuada dos vereadores e servidores, o fortalecimento da ética e do decoro parlamentar, e a avaliação e monitoramento contínuos do Regimento Interno, pode contribuir significativamente para o aprimoramento do trabalho legislativo e para a promoção da democracia local.

Nesse contexto, contar com o apoio de uma assessoria especializada, como a oferecida pela Evoluta, pode fazer toda a diferença. Uma equipe de profissionais experientes e capacitados pode auxiliar a Câmara em todas as etapas da revisão do Regimento Interno, desde o diagnóstico inicial até a redação final do documento, garantindo assim um resultado de alta qualidade e alinhado com as melhores práticas legislativas.

Investir na revisão do Regimento Interno é investir no fortalecimento da Câmara de Vereadores como instituição democrática, transparente e responsiva às demandas da sociedade. Com um documento bem estruturado, atualizado e legitimado pela participação popular, o Legislativo municipal estará mais preparado para enfrentar os desafios da gestão pública e para contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população.

Portanto, cabe a cada Câmara de Vereadores assumir o compromisso de revisar periodicamente seu Regimento Interno, buscando sempre o aprimoramento de suas práticas e a adequação às novas realidades. Esse é um processo contínuo e participativo, que exige abertura ao diálogo, disposição para mudanças e visão de longo prazo. Ao encarar essa tarefa com seriedade e dedicação, os vereadores e servidores estarão não apenas cumprindo suas obrigações legais, mas também reafirmando seu compromisso com o fortalecimento da democracia e com o bem-estar da comunidade que representam.

Que este artigo sirva como um convite à reflexão e à ação, incentivando todas as Câmaras de Vereadores a empreenderem a tão necessária e desafiadora revisão de seus Regimentos Internos. Com a união de esforços e a busca constante por conhecimento e inovação, é possível construir Legislativos municipais cada vez mais eficientes, transparentes e comprometidos com o interesse público. Afinal, como bem disse o sábio filósofo chinês Lao Tzu, “uma jornada de mil milhas começa com um único passo”. Que esse passo seja dado com coragem, determinação e esperança por todas as Câmaras de Vereadores do Brasil.

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